Banda da Polícia Militar do Paraná

No dia 12 de março de1857, o presidente do Governo da Província do Paraná, Zacarias de Goes e Vasconcelos, assinou a Lei de n° 30 que autorizava o tesouro da Província dispensar verbas para a criação de uma banda de música na Capital, que deveria ficar adida à Companhia da Força Policial. No dia 4 de julho do mesmo ano, o Ato 86 criou a Banda de Música da Companhia da Força Policial, que nessa época a era a única organização musical oficializada na Província do Paraná, efetivamente se constituindo em 07 de setembro de 1861, ao realizar sua primeira apresentação pública, e a partir daí participando ativamente das solenidades militares, das festas religiosas e civis da comunidade. Seu primeiro Maestro foi o músico Bento Antônio de Menezes; o qual permaneceu na função por vinte e três anos. 

Em 1865, por ocasião da Guerra do Paraguai, o maestro Menezes viajou ao Estado do Rio de Janeiro acompanhando uma força destinada ao Paraguai, sendo que 8 músicos foram incorporados nas fileiras da Companhia da Força Policial. Destaque para o músico Clarimundo José da Silva, que seguiu para as linhas de combate como soldado corneteiro, participando das campanhas na linha de frente culminando com a chegada à capital do país vizinho.

Por ocasião da visita do Imperador Dom Pedro II a Curitiba em 22  de maio de 1880, a banda participou de praticamente de todas as solenidades, onde recebeu referências elogiosas do Imperador.

Por problemas financeiros ela foi dissolvida em 1883, voltando a ser reativada em 1891. Ao ser criado o Batalhão de Guardas em 1952, a banda foi incorporada ao seu efetivo. 

Em 1975 foi transferida para a Academia Policial Militar do Guatupê (APMG), readquirindo autonomia na década de oitenta.

Em 1959, o maestro Capitão Angelo Antonello foi convidado pelo Presidente Juscelino Kubistcheck para se apresentar com a banda na inauguração de Brasília; no entanto tal viagem não se concretizou.

No ano de 1961, sob a regência do então Tenente-Coronel Antonello, a banda gravou o seu primeiro LP, “A Banda Chegou”. Em 1968, gravou seu segundo LP, sob a regência do maestro Capitão Acyr Benedito Tedeschi. 

Suas apresentações ganharam performance e seu destaque a colocou como referência diante das demais bandas militares em todo o Brasil, conquistando o seu espaço no cenário nacional, realizando concertos no interior de nosso estado e nos principais centros culturais, tais como no Teatro Municipal e Praça da Glória na cidade do Rio de Janeiro entre outras inúmeras apresentações; na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, em julho de 1951, foi classificada como a melhor Banda de Música do País.

Segundo o relato histórico do Capitão PM João Alves da Rosa Filho, a Banda fez o primeiro concerto no Teatro Guaíra no dia 11 de julho de 1917, sob a regência do Capitão Músico Romualdo Suriani, cuja antiga sede era onde hoje se localiza a atual Biblioteca Pública do Paraná. Nos anos seguintes a Banda realizou várias apresentações no Teatro Guaíra, porém as de maior relevância são as relacionadas aos concertos de aniversário da Polícia Militar, realizadas anualmente num concerto de Gala.

No dia 10 de agosto de 2009, por proposição do Sr. Deputado Estadual Caíto Quintana a Banda foi declarada, pela Lei 16.206, patrimônio histórico, artístico e cultural do Estado do Paraná, pelos relevantes serviços prestados à comunidade.

Atualmente a Banda Sinfônica da Polícia Militar do Paraná, está dentre as melhores do país, requisitada para grandes eventos e apresentando-s em grandiosos teatros, é uma das mais aplaudidas da atualidade. Com um vasto repertório que vai das clássicas à atualidade e possuindo no seu corpo os mais variados talentos músicais, encanta com sua musicalidade e energia contagiantes.

 
Bandas de Unidade

A Banda do Corpo de Bombeiros foi ativada em 1950, realizando sua primeira apresentação na Praça Carlos Gomes, em 03 de fevereiro. A partir de agosto de 1951 ela passou à condição de adida à Banda da PM; sendo com o passar do tempo, absorvida. Em julho de 1962 ela foi reorganizada pelo Maestro Fernando Alves, tendo gravado o Hino do Paraná e a Marcha de Curitiba para distribuição nas escolas; posteriormente, foi novamente incorporada à da PM. Na década de oitenta foi novamente reativada e está atualmente adida à da PM.

Outras Unidades também possuíram suas próprias bandas, cuja história ainda está por ser escrita (Banda de Clarins da Polícia Montada em 1965; Banda do 5° BPM, Londrina, em 1972; dentre outras.).

A banda era subdividida em banda de música (músicos profissionais) e banda marcial (fanfarra de instrumentos de percussão, composta com integrantes da tropa). A banda marcial acompanhava o efetivo em operações de guerra, podendo seus integrantes servirem como padioleiros e enfermeiros. Entre as bandas, fora de forma e com a corneta ornamentada com a bandeira estadual, está o Corneta-Mor.

 
Corneta-Mor

O "General" da Banda, embora o Maestro fosse classificado como oficial, fora da regência tinha pouca ou nenhuma autoridade sobre o efetivo. Quem respondia pela banda perante o comando da tropa, era o Corneta-Mor. Os músicos eram militares comissionados, profissionais especialmente contratados por suas habilidades específicas, tal qual o médico, o veterinário, etc., e não possuíam as mesmas prerrogativas do efetivo fixo; e embora estivessem classificados por postos e graduações para efeito de remuneração, não possuíam ascendência sobre os combatentes. Os cornetas (corneteiros) eram os únicos considerados verdadeiros militares, pois acompanhavam a tropa em combate, compartilhando dos mesmos perigos. Mesmo que uma Unidade não possuísse banda de música, não podia prescindir de corneteiros.

 
Curiosidades
  • Era o Corneta-Mor quem exercia a função de "carrasco" da Unidade; sendo ele quem aplicava os castigos corporais antes destes serem proibidos pela Lei nº 2.556, de 26 de setembro de 1874.
  • Quando o uso da barba e das longas costeletas passou a ser proibido nas forças armadas brasileiras, o Corneta-Mor manteve o cavanhaque (privilégio de oficial).

 

 
Maestro

 

 
Localização

 

 
Galeria de Ex-Maestros